Análise Não-Verbal: Wesley Safadão fala sobre pensão do filho

Esse fato estourou nas redes sociais, após a mãe divulgar publicamente o caso.
A princípio o cantor não quis se pronunciar sobre o ocorrido, vindo a público somente no dia 24 de julho para falar pela primeira vez sobre essa polêmica.
A análise será realizada sobre esse pronunciamento.

Vamos à análise.

Logo nos primeiros segundos do vídeo, podemos notar uma contração do bucinador, no lado direito da face, responsável pela retração dos lábios e estreitamento das comissuras. Expressão clássica de desprezo.

Aos 0:07 podemos notar uma leve ação do corrugador (responsável pelo abaixamento das sobrancelhas), tensão nas pálpebras e pressão nos lábios. Expressão clássica de raiva ao tratar do assunto. E novamente há o desprezo

A partir de 0:17, e perdurando por alguns segundos, Wesley realiza um gesto de punhos fechados. Esse gesto demonstra um estado emocional alfa e indica convicção no que está a falar. Essa convicção vem acompanhada com uma certa agressividade.
O fato da mão estar fechada, indica que também há um desejo de se manter em silêncio. Não quer ficar se expondo.

A partir de 0:40 podemos notar que seus olhos estão mareados. Isso indica que a tristeza, a chateação sentida por ele são reais. Seus olhos ficam igualmente avermelhados, o que também está congruente com o a emoção negativa que está sentindo. Nesse momento ele diz que é difícil estar falando sobre isso.
Além disso, em sua face também podemos notar uma pressão nos lábios e a tensão nas pálpebras indicando raiva

Em 0:42, ao falar "é difícil demais estar falando aqui com vocês sobre isso", ele coloca a mão fechada na frente da boca. Há congruência. Esse gesto na frente da boca simboliza um desejo de não falar sobre o tema; se manter em silêncio.

Em 1:15, após falar: "Em respeito aos meus familiares que todo esse tempo, que não entendem o porquê de eu não ter me pronunciado..." ele novamente coloca a mão fechada frente à boca. Ele mantém o padrão de que não querer se pronunciar. Desejo de manter o silêncio em relação a esse tema. Na face seus olhos continuam mareados denotando uma tristeza real.

Aos 1:25, ao dizer que é muito difícil ver tudo que vem sendo publicado, ele demonstra novamente uma contração no bucinador no lado direito da face, projetando desprezo pelas publicações.
Seus olhos se direcionam para a horizontal esquerda. Esse movimento, em grande parte das pessoas está ligado a lembrança auditiva. Nesse momento ele pode estar lembrando dos comentário em relação ao acontecimento.

Em 1:35, ele dá uma inspirada profunda e podemos notar que há acúmulo de mucosa nasal. Esse acúmulo é congruente com a emoção de tristeza

Em 1:55 podemos notar a contração do músculo pars medialis (responsável pelo levantamento da parte interior das sobrancelhas), contração do corrugador (responsável pelo abaixamento das sobrancelhas), ação no depressor do ângulo da boca (responsável pela diminuição do ângulo da boca). Essas três ações musculares são congruentes com a expressão real de tristeza.

A partir de 2:00 e perdurando por alguns segundos,  podemos notar um aumento na respiração do cantor; ela fica mais ofegante. Isso acontece pelas altas taxas de cortisol liberadas na corrente sanguínea. Podemos dizer que ele está experimentando um bom grau de ansiedade.

Em 2:28, ao falar de suas obrigações, ele fecha os olhos por mais tempo que o normal. Esse gesto é conhecido como "Eye Shielding" e significa não visualização. Quando algo é difícil de ser dito por gerar em nós emoções negativas, esse gesto pode aparecer. É como se fosse um desejo inconsciente de não enxergar aquela situação.

Em 2:32 - 2:33, podemos observar um cluster (conjunto). Ao falar da pensão, ele novamente fecha os olhos e há um aumento da respiração. Esse conjunto está fortemente ligado a um altíssimo nível de estresse.
Quanto a respiração existem indícios de que esse aumento pode ter sido exagerado pelo cantor. A intensidade está muito alta e todos os outros gesto não respondem na mesma intensidade. Para termos certeza desse exagero é necessário averiguarmos o quão essa polêmica envolvendo a pensão é estressante para o cantor; e para isso algumas perguntas seriam feitas.

Em 2:37 ele fala: "Eu não queria estar aqui gente, falando sobre isso...". Aos 2:40 ele apresenta outro cluster gestual indicando emoção negativa. Podemos notar que ele fecha os olhos (não visualização), afasta a cabeça (sinal de distanciamento), olha para o lado (fuga), e fecha a boca com os lábios para dentro. Esse última ação é chamada de mutismo e ocorre quando não queremos expressar nossa emoção negativa e/ou não queremos falar sobre algo. Esse conjunto de gestos está extremamente congruente.

Ao final desse trecho ele demonstra uma macroexpressão de nojo, devido ao franzimento do nariz e elevação do lábio superior.
Toda macroexpressão, por ser macro, tem uma intenção de gerar empatia do público ao que está sendo dito.
As macroexpressões são realizadas em situações em que o agente quer fingir sentir uma emoção que não está experimentando, ou em situações em que ele experimenta a emoção, mas tem um desejo de potencializá-la, para assim, facilitar o entendimento dos espectadores.

* Podemos notar que em todo esse trecho seu tom de voz perde a intensidade, ficando levemente mais fraca. Isso é congruente com experiência de emoção negativa.

** Todo esse trecho que vai de 2:37 a 2:44 nos mostra que há uma emoção negativa e um desejo de realmente não se pronunciar, porém, devido a intensidade com que as ações e as expressões são realizadas, podem indicar um pouco de exagero para gerar empatia dos telespectadores e que eles possam ter certeza do que Wesley está sentindo. Nesse caso a falsidade não se refere a falsidade no discurso, mas sim, como já dito antes, a uma tentativa de criar conexão para que os espectadores possam se convencer ainda mais do que ele está sentindo.

Em 2:58 Wesley diz que passou a oferecer um valor a mais, "além de tantos outros pedidos". Nesse momento existe um cluster gestual. Ele afasta a cabeça para sua direita, constituindo um gesto de afastamento; e logo depois, ele eleva seu ombro direito ("Shoulder Shrug"). Esses gestos indicam incongruência no que está falando.
Além disso, Wesley ao afirmar "outros pedidos" ele não especifica que pedidos ou que tipo de pedidos são esses. Isso é linguagem vaga.

A partir de 3:04, ao falar que a pensão não foi só de 10 (dez) salários mínimos, ele realiza um gesto com a mão chamado de "Pinçamento" (o dedo polegar e o dedo indicador se unem). Esse gesto demonstra exatidão no que está sendo falado. Um desejo de esmiuçar a ideia.

Em 3:09 - 3:10 ele expira profundamente. Esse ação denota ansiedade, nervosismo, tensão

Em 3:12 ao falar que o que ele quer é que tudo isso seja regularizado, seu tom de voz muda. A voz fica trêmula e mais fraca. Esse é um indício de dúvida. Ele ainda afasta a cabeça e o corpo - gesto de distanciamento. Ele deseja se distanciar do que está falando.

Aos 3:19 ao dizer: "Eu nunca vou deixar faltar nada para os meus filhos... Nunca", ele exibe um conjunto gestual congruente. Sua cabeça é projetada mais para frente, suas sobrancelhas se elevam como um sinal de conversação chamado de "Eyebrow Flash". A projeção de cabeça e a elevação das sobrancelhas indicam veracidade no depoimento.

Em 3:20 há uma leve contração no corrugador, tensão nas pálpebras e pressão nos lábios. Novamente vemos raiva.

Aos 4:20, ao falar do acesso que as pessoas têm a internet, ele exibe uma expressão clássica de desprezo devido a contração do bucinador no lado direito.

A partir de 4:42, Wesley Safadão diz: "Eu quero dizer gente que, o meu casamento não acabou da noite pro dia, é... eu não estava feliz comigo mesmo; eu não sou um cara perfeito; eu sou um ser humano...".
De acordo com estudo de análise do discurso, esse seguimento mostra omissões de informações, principalmente no trecho que diz "eu não estava feliz comigo mesmo; eu não sou um cara perfeito; eu sou um ser humano". O que ele quis dizer aqui é que ele sabe que ele errou no casamento, e este terminou por conta desses erros. O "eu não estava feliz comigo mesmo" é um eufemismo e uma tentativa de omissão do que ele realmente fez que levou ao fim do casamento. O "eu não sou um cara perfeito" é indicando culpa. E "eu sou um ser humano" é a justificativa e um desejo de criar empatia.

Em 5:28, ao falar que se sente triste por ser julgado por algo que não é, ele demonstra raiva pela contração do corrugador, tensão nas pálpebras e pressão nos lábios. Ainda nos lábios podemos ver uma contração no bucinador indicando novamente desprezo.

Em 6:53, ao falar das pessoas que o acompanham ele pelas redes sociais, novamente vemos desprezo pela contração do bucinador no lado direito.


SUMÁRIO: O cantor Wesley Safadão exibe expressões negativas de tristeza, raiva e reações congruentes com o contexto. Exibe também desprezo em alguns momentos ao falar das pessoas que o criticaram na internet.
No momento em que fala especificamente do caso de pensão, apesar de vermos uma possível exagero, podemos notar que ele realmente está tenso e nervoso e triste ao falar dessa situação e que realmente não queria vir a público se expressar sobre isso. Ele sente dificuldade ao falar do tema.
Não houve um pedido de aumento, de sua parte.
Ele é sincero em todo o vídeo ao falar sobre os seus sentimentos para com o filho.

Análise não-verbal: Meghan Markle e Príncipe Harry. Dominância e submissão

Nessa foto podemos notar uma incrível relação de dominância e submissão entre Meghan Markle e o Príncipe Harry.

No príncipe Harry podemos ver um cluster (conjunto) de gestos que demonstram seu comportamento submisso, durante essa foto.
Sua cabeça está baixa; ele coloca as mãos na frente do corpo, realizando um gesto chamado de Gesto de castração” (“Fig Leaf”), seus braços estão juntos ao torso.
Historicamente, cabeça baixa diante de alguém é sinal de respeito, submissão; a posição de suas mãos abaixo da cintura (“gesto de castração”) demonstra um comportamento submisso, defensivo, dependendo do contexto. Pode projetar respeito por quem está a sua frente, sendo nesse caso, uma cessão de dominância. Esse significado vem do fato de proteger a região genital, criando assim uma barreira na frente de seu corpo. Na comunicação não-verbal, algumas posições das mãos e braços que se situam frente a nosso corpo, têm esse intuito de proteção, preservação – “quando nos fechamos corporalmente, a mente também se fecha”; os braços próximos ao torso confirmam ainda mais essa submissão. Ao contrário do comportamento dominante, o comportamento submisso se baseia em ocupar uma menor área espacial. Quanto mais próximo ao torso, menos área corporal ele ocupa.

Em contrapartida, Reparem nos braços de Meghan; eles estão mais separados do torso, demonstrando que ele tem uma postura mais dominante, pois ocupa uma maior área espacial em relação ao Príncipe. Além disso sua posição das mãos é um gesto categorizado como híbrido (não é dominante em excesso e nem submisso), sendo perfeito para ocasiões em que o agente deve projetar uma assertividade sem agressividade.
Outro detalhe muito interessante é a cor do vestido escolhido por Meghan. Cor amarela significa juventude, otimismo, acolhimento, claridade (por ser a cor do sol), alegria, amizade e até mesmo credibilidade.
A simplicidade de sua roupa projeta a simplicidade de caráter e personalidade.

Essa análise foi sugerida, para publicação, pela amiga, professora e especialista em Personal Branding, Priscila Galvão (INSTAGRAM)

Análise Não-Verbal: o ator Douglas Sampaio falando sobre a suposta agressão contra a atriz Jennifer Oliveira

Em junho, a atriz Jennifer Oliveira, publicou em suas redes sociais fotos de hematomas em seu corpo. De acordo com a atriz, esses hematomas foram feitos devido a uma agressão que sofreu de seu namorado, à época, o também ator, Douglas Sampaio.

Essa agressão ateria acontecido em um famoso bar no Rio de Janeiro, após terem se desentendido.

Após o caso ter ganhado notoriedade na internet, várias artistas famosas se posicionaram a favor da atriz Jennifer Oliveira. 

Será que realmente houve agressão por parte de Douglas Sampaio?

Vamos à análise.

Logo no começo, aos 0:59, Douglas emite um olhar fixo para o repórter e um leve sorriso de desprezo.

Em 1:04, o ator Douglas Sampaio, responde à pergunta do jornalista se houve agressão. Ele responde: "Não, não houve agressão de forma alguma. Em nenhum momento." Ele nega com a cabeça de forma acelerada (mecânica), aumenta o número de piscadas, deslocamento do peso corporal para o lado esquerdo mostrando instabilidade emocional, desvia o olhar para cima elevando a cabeça. Esse conjunto gestual indica um altíssimo nível de ansiedade ao falar desse tema.
E relação à análise do discurso, a frase "em nenhum momento" constitui exagero no discurso. Essa frase é desnecessária para o entendimento da sua resposta, havendo portanto uma tentativa de reforçar a ideia e convencer do que está a falar.

Em 1:41, ele diz: "Eu tinha fotos para fazer no sábado... de manhã". Ao falar que tinha fotos para fazer no sábado ele é congruente. A mão se movimenta para frente (sinal de avanço no tempo - futuro) e ele faz um gesto positivo com a cabeça.
Notamos também que ele faz uma pausa desnecessária entre "sábado" e "de manhã". De acordo com Mark McClish, especialista em Statement Analysis, a pausa desnecessária é um recurso que pode ser usado para que o cérebro ganhe tempo para pensar na resposta. Douglas, ao fazer essa pausa, pode indicar incerteza quanto ao período do dia em que as fotos seriam feitas.

Em 2:01, ele diz que a Jennifer saiu com outro rapaz. Nesse momento ele ri. Como explica Allan Pease, além de momentos de felicidade, o sorriso pode ser emitido em dois outros momentos: quando estamos nervosos e quando queremos parecer inocentes e, portanto, não oferecemos perigo. Nesse contexto, o riso acontece porque Douglas está nervoso. De acordo com Paul Ekman, esse sorriso é falso e chamado de "Miserable Smile", e ocorre quando levamos algo negativo com bom humor.
O assentimento com a cabeça, indica veracidade e congruência.
Aos 2:04, após ele citar que Jennifer saiu com outro rapaz, ele diz: "coisa que nem me convém agora, até porque não me interessa mais". O fato dele ter, anteriormente, falado que ela saiu com outro rapaz, já denota interesse da parte dele em falar no assunto. Mark MacClish chama isso de "discurso sensível". Segundo ele, quando falamos de algo, sem ter a necessidade de termos falado, significa que o que falamos é sensível, tem importância para nós.

Em 2:07, o repórter pergunta como ele sabia da história que ela tinha saído com outro rapaz. Douglas responde: "Mensagem de outras pessoas e meus amigos que viram no momento". Quando ele fala "... meu amigos que viram no momento" ele realiza um gesto de fechar os olhos, chamado de "Eye Shielding". Significa não visualização; desejo de bloquear o que foi falado.

Em 3:12, enquanto o repórter diz que a atriz Jennifer foi às redes sociais divulgar fotos de marcas de agressão em seu corpo, Douglas fecha os olhos. Novamente vemos o "Eye Shielding". Nesse caso in dica impaciência com o que está ouvindo.

Em 3:21 podemos notar que Douglas eleva apenas seu ombro esquerdo ("Shoulder Shrug") e faz uma pausa maior que o normal. Esses gestos em conjunto indicam um desconhecimento forjado. Ele sabe o que alega mas está buscando palavras.

No próximo segundo ele diz que ela (a atriz) alega coisas que nunca houveram, ao mesmo tempo que ele sobe o outro ombro, deixando ambos os ombros no mesmo patamar; e fecha os olhos. Ele demonstra incerteza. Não sabe o que dizer.

Aos 3:36, o repórter pergunta: "Aquelas marcas não são suas?". Douglas leva um tempo a mais que o normal para responder, e ao dizer "de forma alguma" ele eleva os dois ombros, aumenta o número de piscadas e nega com a cabeça de forma mais acelerada
O aumento das piscadas está ligado diretamente a ansiedade; a elevação dos dois ombros é um gesto emblemático que indica desconhecimento; a negação com a cabeça é realizada em ritmo diferente da fala. Todos esses elementos não-verbais juntos mostram um alto nível de ansiedade e incerteza em relação ao que está falando ou em relação às marcas.
Em relação à análise do discurso, "de forma alguma" não significa negação. A resposta correta deveria ter a verbalização do "não".

Aos 4:26 podemos notar uma contração no bucinador, no lado direito dos lábios. Desprezo

Em 4:40, quando ele fala que ele quer tomar atitude de se defender, Douglas, projeta sua cabeça para frente e se eleva como se estivesse ficando na ponta dos pés por um breve momento. Esses gestos em conjunto indicam desejo de "atacar", otimismo, prontidão; embora haja uma leve ansiedade.

Em 4:42 - 4:43, Douglas diz: "Eu fui muito atacado por uma coisa que eu não... não fiz". No momento em que diz "não... não fiz", ele apresenta, o mesmo conjunto gestual anterior: eleva o ombro esquerdo, aumenta as piscadas e nega com a cabeça de forma acelerada. Novamente podemos ver um alto nível de ansiedade.

A pausa desnecessária acontece no final quando ele diz "não... não fiz". A repetição do "não" é desnecessária, por isso podemos dizer que ele "riscou pala palavra". "Riscar palavra", significa que ele iria dizer alguma coisa, mas terminou por dizer outra coisa. O que ele iria dizer é comandado pelo inconsciente, e o que ele realmente disse é consciente.

SUMÁRIO: Douglas demonstra incongruências e incertezas em seu discurso ao falar do caso de agressão, bem como momentos de ansiedade e nervosismo.
Douglas Sampaio indica segurança e otimismo em relação ao processo e em sair inocente de toda a história.

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Análise não-verbal: "Dr. Bumbum" se explica nas redes sociais sobre a polêmica que se envolveu

Denis César Barros Furtado, mais conhecido como Dr. Bumbum, é um médico que realizava procedimentos estéticos no Rio de Janeiro.

Denis está sendo investigado da morte da bancária Lilian Calixto de 46 anos. Lilian morreu após passar por um procedimento estético de bioplastia nos glúteos com o Dr. Denis. Lilian, que havia saído de Cuiabá, no Mato Grosso, começou a se sentir mal após os procedimentos, sendo levada urgentemente para o hospital, aonde chegou em estado extremamente grave, segundo a unidade de saúde. Mesmo após a realização de várias manobras para tentar reverter o quadro de saúde da bancária, Lilian veio à óbito no dia 15 de julho.

O suposto médico que realizou os procedimentos foi denunciado, e após alguns dias desaparecidos, finalmente foi achado e detido pela polícia.

Pouco antes de ser detido, Denis gravou um vídeo e publicou nas redes sociais, aonde fala do ocorrido. O que será que sua linguagem corporal e seu discurso querem dizer?

Vamos à análise:

Logo no primeiro segundo do vídeo podemos notar um deslocamento lateral de sua mandíbula. Esse gesto sinaliza que em seu discurso ele fará uma confissão. Quando esse movimento da mandíbula está presente, geralmente há uma hesitação em revelar tudo, e assim, um motivo para mentir. Podemos notar também uma sutil elevação nas pálpebras superiores e contração no músculo risorius/platysma responsável pelo estiramento horizontal dos lábios - isso significa medo. Em suas mãos ele realiza um gesto de batuta (gesto que rege uma conversa, ilustra) que eu gosto de chamar de "dando as mãos a si mesmo".

Entre 0:02 e 0:03 há um aumento nas frequências das piscadas. Isso se dá pelas altas quantidades de adrenalina e catecolaminas que são liberadas no organismo. Sinal de ansiedade extrema.

Aos 0:05 ele fala que aconteceu uma fatalidade, e em sua face podemos notar elevação da parte interna e externa das sobrancelhas, tensão no corrugador ( região entre as sobrancelhas e acima do nariz, responsável por abaixar as sobrancelhas) e estiramento horizontal dos lábios devido a contração do risorius. Expressão clássica de medo.

Em 0:09 ao falar que a morte de sua paciente é uma fatalidade que acontece com qualquer médico, ele nega com a cabeça. Quando há disparidade entre o verbal e o não-verbal, devemos confiar sempre no não-verbal. Enquanto o verbal afirma, o não-verbal nega. Incongruência. Juntamente com essa incongruência podemos notar que ele gesticula com suas mãos para a sua direita e direciona sua cabeça para a esquerda. Falta de alinhamento entre o gesto e o corpo é indício de desonestidade.

Em 0:10 ao começar a falar "uma paciente minha...", ele apresenta uma forte assimetria facial no lado direito de sua face. Podemos perceber que um lado se contrai muito mais que o outro. Isso acontece devido a um forte episódio de ansiedade que o Doutor está experimentando. A quantidade de hormônios como o cortisol, adrenalina que estão sendo liberadas no organismo é bastante alta. A dissonância/conflito entre o que ele está falando e o que realmente aconteceu também contribui para essa lateralidade facial.

0:12 - Elevação das sobrancelhas com uma leve contração do corrugador, elevação das pálpebras superiores, estiramento horizontal dos lábios pela ação do músculo risorius e platysma. Essa é a expressão clássica de medo.Essa mesma expressão de medo aparece em vários outros momentos do vídeo

Em 0:16 podemos notar novamente a assimetria facial ao dizer o nome do procedimento pelo qual a vítima passou (Bioplastia facial). Além dessa assimetria podemos notar também uma dificuldade/hesitação imensa para ele verbalizar o nome desse procedimento. Isso significa que falar sobre o mesmo é de extrema dificuldade para ele porque sabe que falando sobre o assunto, terá prejuízos, já que conscientemente sabe que errou fazendo um procedimento que não deveria. Na foto podemos observar que há uma pressão nos lábios e elevação do mentalis (queixo) causando rugas. Isso acontece pela tentativa de ficar calado, não verbalizar. O medo continua presente na face.

Em 0:22 - 0:24, quando fala que a paciente saiu do consultório muito bem, ele realiza um cluster gestual que significa desconhecimento e incerteza: seus ombros levemente se elevam e permanecem tensionados por alguns segundos, há a elevação do mentalis formando rugas no queixo, seu corpo levemente se afasta para trás, suas mãos giram em posição supinada. Esse conjunto gestual emblemático significa incerteza, desconhecimento do que está falando.

Entre 0:30 - 0:33 ele fala: "... e ela chegou ao óbito algumas horas depois com... parada cardíaca". Além de apresentar novamente uma tensão facial ao falar o motivo do óbito, podemos notar a pausa desnecessária entre "depois com... parada cardíaca". Isso indica muita dificuldade de falar sobre o tema e uma forte hesitação. Essa pausa se dá pelo nervosismo, tensão e ansiedade ao tratar sobre esse tema.

Entre 0:35 a 0:39 ele fala: "mas é uma injustiça o que estão falando de mim na... televisão". Ao verbalizar a palavra injustiça, podemos notar que ele gesticula para frente com um gesto ilustrador chamado de "hand chop" tentando demonstrar assertividade, mas sua cabeça se afasta lateralmente. Esse desalinhamento corporal indica fuga devido a incerteza. Há também uma pausa desnecessária antes de falar "na televisão". Essa pausa confirma a incerteza e adiciona ainda mais tensão e nervosismo na frase com hesitação de falar do tema.

Aos 0:42 ele apresenta um momento congruente. Ele fala que é um absurdo o acusarem de não ser médico, e nesse momento ele afasta as mãos, abre o peito e eleva a cabeça. É um cluster gestual com bom coeficiente de sinceridade, pois cria uma maior conexão com os interlocutores. Ele acredita ser médico.

Em 0:43, de forma intrigante, ele realiza mais um cluster gestual de fuga e incerteza: ele gesticula para a sua direita e desvia a cabeça para a esquerda. Isso é falta de alinhamento corporal. Ele sabe que é medico, mas tabe também que não tem especialização para tal procedimento.

Em 0:49, não podemos ver a face superior, mas podemos dizer que ele sente medo devido a contração do platysma.

A partir de 0:57 ele diz que a paciente saiu rígida do consultório. Nesse momento ele demonstra medo novamente e eleva apenas a sobrancelha direita. Essa assimetria facial é conhecida como "skeptical eyebrow" e indica exatamente dúvida e ceticismo no que está falando. Ele não tem certeza em como a paciente saiu do consultório.

A partir de 1:05 ele diz: "(ela) saiu andando, desceu escadas, conversou, riu, conversou com todo mundo que tava lá; conversou inclusive com outra paciente que tava lá". Esse trecho contém muita informação tanto no discurso verbal, quanto no comportamento não-verbal. Primeiramente ele dá excesso de detalhes. De acordo com Mark McClish, o excesso de detalhes é tão ruim quanto a falta deles. O mentiroso usa esse recurso para que acreditem nele. Um discurso honesto deve ter certos detalhes e mesmo assim ser direto e objetivo. Quando a quantidade de detalhes aumenta, devemos ficar atentos. Ele diz que ela "conversou", "riu" e depois cita a ação de conversar novamente. Isso é perda de raciocínio lógico e até uma forma de convencimento por repetição. Logo depois ele diz que a vítima "conversou com todo mundo" e depois diz que "conversou com outra paciente". Isso é quebra de raciocínio lógico. Pensemos: Se ela conversou com todo mundo, a outra paciente já está incluída nessa conversa; ele não precisava citar isso novamente. É redundância no discurso. Discurso desonesto.

Não-verbalmente falando, em 1:05 ele novamente apresenta a elevação da sobrancelha direita apenas e a face de medo. Em 1:09 ele apresenta assimetria facial; reparem que há uma contração mais forte no lado direito da face. Sinal de tensão, nervosismo, ansiedade.

Em 1:12, ao falar que conversou com outra paciente que estava lá, ele gagueja e novamente uma assimetria facial. Tanto a gagueira quando a assimetria são forte indicativos de ansiedade e nervosismo.

A partir de 1:17 ele verbaliza: "Passou oito, ela fez o pagamento às oito horas, nove horas, dez horas, onze horas, e eu falei: Vamos sair... terminamos aqui". Devemos ficar atentos no final do trecho: "vamos sair... terminamos aqui". Nesse momento ele altera a ordem cronológica. Quando uma história é verdadeira, nosso cérebro automaticamente remonta a história em ordem cronológica, exatamente como aconteceu. Quando mentimos ou omitimos uma informação essa ordem não é remontada, pois o fato não aconteceu; isso faz com que o discurso não siga a cronologia que deveria ser a correta. Nesse caso, primeiro ele convite ela para se retirar e depois diz que terminaram. Se esse fato tivesse acontecido, ele respeitaria a ordem cronológica, que seria, primeiro o anúncio de término do procedimento e depois o convite para sair.

Em 1:26, ele realiza novamente um gesto ilustrador chamado de "pinçamento" (indicador e polegar em união). Esse gesto significa explicação minuciosa de algo. Nós temos uma forte conexão muito mais forte entre o cérebro e os membros superiores, do que entre o cérebro e os membros inferiores; por tal motivo, os movimentos com as mãos são muito mais conscientes do que os gestos com os membros inferiores. Podemos concluir, portanto, que os gestos com as mãos podem ser mais simulados, treinados, controlados.

1:27 a 1:31, ele fala "às onze horas da noite, às onze e meia. Ela sentiu-se mal". Há incerteza entre o horário. Quando ele fala que ela sentiu-se mal, suas piscadas aumentam a frequência, sendo indicativo de ansiedade.

Em 1:35, ele ao falar que a paciente Lilian teve uma queda de pressão, engole de forma mais contundente. Isso ocorre porque quando estamos nervosos, nossas cordas vocais se ressecam, ficando mais difícil para engolir - é o chamado "engolir à seco". É um gesto de extrema ansiedade, podendo estar ligado a mentira ou omissão.

A partir de 1:49, Denis diz: "Eu agradeço, portanto, à Deus; agradeço à todos os comentários positivos, de ajuda, que me enviaram. Milhares. Todos os meus amigos médicos, colegas médicos, pacientes queridos, pessoas que me seguem nas redes e que não duvidam do meu trabalho, e que não duvidam da minha integridade... como médico, e como pessoa... e como filho de Deus.". (1) Agradecer à Deus, em primeiro lugar, pode ser uma tentativa de convencer. Usar uma o nome de uma divindade logo no primeiro momento cria uma maior conexão e empatia com o público; (2) Ele verbaliza a palavra "milhares" de forma solta na frase. O correto seria: "Agradeço aos milhares de amigos...". O uso de palavras soltas se dá pelo fato da mente consciente buscar palavras-chaves que indicam, força, convencimento. A falta de conexão dessa palavra com alguma frase indica um discurso completamente consciente e com o intuito de convencer.; (3) Pausa desnecessária entre "integridade" e "médico" e "pessoa" com "filho de Deus". Falta de fluidez no discurso é um forte indicativo de racionalidade excessiva e discurso armado, podendo indicar também descrença no que está falando (4) Ao falar filho de Deus, a voz muda completamente e há um engasgo. Segundo algumas doutrinas, engasgar enquanto fala algo, da forma como tratada nesse contexto, é um indicativo de mentira e nervosismo, pois de acordo com essa doutrina, engasgar é evitar que a mentira saia.

Aos 2:21, podemos notar que há uma assimetria no lado direito da face na região do lábio superior ao falar das pessoas que dizem que ele usa silicone industrial nos procedimentos. De acordo com Paul Ekman, no livro "telling lies", assimetria facial é um indicativo de comportamento desonesto. Logo após podemos notar que suas piscadas aumentam de frequência, aumentando a desonestidade e a ansiedade.

Aos 2:28, ao falar que vai requerer análise e perícia do glúteo (pra provar que não é silicone industrial), ele eleva a sobrancelha direita. Novamente vimos assimetria facial.

Aos 3:12 ele, após confirmar que não usa silicone industrial nos pacientes, o médico afirma "não teria porque que eu arriscasse minha carreira com isso". De acordo com a análise do discurso, essa frase não contém veracidade, pois existe mudança de tempos verbais, não constitui uma negação direta, e o uso do "isso" é um afastamento. O correto seria "Eu não arriscaria a minha carreira comprando silicone industrial". Não-verbalmente podemos observar que, logo em seguida, após negar com a cabeça, ele faz um gesto de afirmação. Nesse caso, o primeiro gesto (negação) é consciente, como uma forma de dar credibilidade a negação verbalizada; o segundo gesto (afirmação) é feito de forma inconsciente, constituindo um vazamento corporal. Devemos confiar sempre no inconsciente, pois o consciente pode ser manipulado.

Aos 3:24, quando ele fala que esse momento é de tristeza para ele, há uma incongruência. Além do médico não demonstrar tristeza, ele não toca no tórax com a mãos espalmada. Esse último gesto é chamado de "full palmar touch" e indica discurso emocional ao referir a si mesmo. No momento em que ele não toca no tórax ao se referir a si mesmo, esse discurso passa a ser racional, podendo indicar, portanto, desonestidade, tendo em vista que o discurso verbal é emocional (momento de tristeza ara ele e para a família).

Em 3:26 ele demonstra uma pausa desnecessária. Processo para ganhar tempo. A mente consciente usa esse recurso para ganhar tempo de resposta e pensar no que vai dizer em seguida. Se essa pausa é feita no meio de um raciocínio, pode indicar mentira.

Sumário: O "Dr. Bumbum" demonstra intensa ansiedade e nervosismo, além de realizar um discurso armado e se perder em vários momentos em sua linha de pensamento. Há também muitas dúvidas do que ele mesmo confirma. E a emoção predominante desse vídeo é o medo.

* ACESSE AQUI para conferir a outra análise não-verbal do Doutor Denis Furtado (Dr. Bumbum). Foi realizada em parceria com o especialista em comunicação não-verbal David Leucas (Facebook, Instagram)