quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Análise não-verbal: Rodrigo faro homenageia Gugu Liberato. Tristeza real?

Infelizmente, recentemente, o comunicador Augusto "Gugu" Liberato sofreu uma queda, em sua casa nos EUA, que provocou seu falecimento por traumatismo craniano. Esse acontecimento chocou toda a população.
Todos os meios de comunicação fizeram suas homenagens a esse apresentador que marcou uma geração, conquistando uma legião enorme de fãs.
Uma, das dezenas, de homenagens prestadas ao apresentador, foi realizada pelo programa do, também apresentador, Rodrigo Faro, na emissora Record Tv.
Nessa homenagem ele chora a triste perda do apresentador. Será que Rodrigo Faro realmente emite tristeza ao falar da perda de Gugu Liberato?

Vamos à análise:

Em 0:03, apesar do plano, de câmera, aberto, podemos notar que Rodrigo Faro emite uma expressão de desprezo, devido a contração no bucinador em seu lado direito da face.
Na foto acima, facilmente, pode ser percebida essa contração.
A emoção de desprezo denota superioridade moral ou intelectual. Apesar de podermos observar essa emoção na face, não é possível confirmar com plena certeza qual é o fato gerador desse desprezo. A única coisa que podemos confirmar, é que nesse momento exato, o apresentador estava sentindo desprezo.

A partir de 0:05, Rodrigo Faro diz: "Eu queria só deixar um beijo para a Dona Maria do Céu; deixar um beijo para a Rose; um beijo pro Joãozinho; Sofia, Marina; Aparecida, Amândio..."
Esse trecho revela informações verbais e não-verbais muito importantes.
No começo do trecho, quando ele diz que queria deixar um beijo pra mãe do apresentador Gugu, ele realiza um gesto muito adequado com o contexto, que é o gesto com as mãos espalmadas para cima. Esse gesto indica abertura, oferecimento, doação. Porém, junto com esse gesto vemos um movimento corporal incongruente: ele se movimenta para trás - chamamos de "Movimento de Distanciamento". Segundo a doutrina de Comunicação Não-Verbal, nos afastamento quando não gostamos, não queremos ou não respeitamos o objeto de que estamos falando.
Quando estamos realizando o gesto com as mãos espalmadas para cima, com a intenção de oferecer alguma coisa, o movimento corporal deve ser realizado para frente; ao contrário do que é realizado por Rodrigo Faro.
Ao dizer "... deixar um beijo para a Rose", notamos que o gesto com as mãos espalmadas não está sincronizado no mesmo ritmo da fala, demonstrando artificialidade.

Ao final desse mesmo trecho, novamente vemos uma expressão de desprezo, pela contração no bucinador, em seus lados direito e esquerdo.Junto com essa emoção, vemos uma felicidade pela elevação dos cantos da boca (zigomático maior) e levantador das bochechas (orbicularis oculo)
Reafirmo que não podemos confirmar com plena certeza qual foi o fato gerador que provocou essas emoções em Rodrigo Faro, mas podemos dar certeza de que o apresentador as sentiu.

Em 0:23, o apresentador emite a emoção de nojo, principalmente, devido a elevação do lábio superior

A partir de 0:26, Rodrigo Faro, diz: "... a gente tentou rir, tentou fazer... (?)... o máximo de leveza..."
Nesse trecho, Rodrigo Faro, gesticula de forma descoordenada. Reparamos que seus movimentos estão em um ritmo diferente da sua fala.
Essa disparidade mostra uma incongruência entre o paralinguístico e o não-verbal. Geralmente, segundo a doutrina não-verbal, incongruência é um dos elementos que podem indicar desonestidade.

A partir de 0:32, Rodrigo Faro diz: "Mas o vazio que a gente tá sentindo aqui nesse estúdio é o mesmo vazio que a gente está sentindo no coração"
Novamente vemos que seus gestos estão em um ritmo diferente de sua fala.

A partir de 0:41, o Apresentador diz: "Eu só queria ter a oportunidade de dizer só uma vez só, obrigado"
Aqui acontece algo extremamente interessante. Supostamente, Rodrigo Faro se emociona.
Quando nos emocionamos, os nossos gestos tendem a ficar descoordenados naturalmente, devido a carga de hormônios liberados na corrente sanguínea - sendo, portanto, congruente. Porém, aqui, vemos que seus gestos estão no mesmo ritmo de sua fala, havendo portanto coordenação entre eles.
Isso nos faz concluir que, nos momentos anteriores, aonde Rodrigo Faro não se emocionou, seus gestos estavam descoordenados, mas no momento em que eles deviam estar dessa maneira - quando ele se emociona -, seus gesto se mostram coordenados.

Ainda referente a este último trecho, podemos concluir que a expressão de tristeza emitida pelo apresentador tem características falsas.
* De acordo com Paul Ekman, uma emoção genuína dura cerca de 4 a 5 segundos na face, tendo o seu ápice de contração acontecendo durante, mais ou menos, 1 segundo. No caso do Rodrigo Faro podemos ver que, a suposta, emoção de tristeza (através, apenas da contração do músculo da parte interior das sobrancelhas e corrugador) começa na face, de forma mais sutil, em 0:36; tendo alguns ápices de contração (mais ou menos 0:47 a 0:49; 0:50 a 0:52...), indo até 1:25. Aqui vemos uma emoção de tristeza durando por 39 segundos na face, com alguns ápices de mais de 1 segundo.
* Além disso, podemos dizer que a emoção de tristeza pode ser falsa porque, na tristeza genuína, as ações musculares envolvidas são a parte interior das sobrancelhas, o corrugador e os cantos da boca para baixo. Aqui, em Rodrigo faro, não vemos essa queda dos cantos da boca (a foto acima é um exemplo)
* Outra característica que reforça a tristeza ser falsa, é em relação ao seu "offset" (período em que a emoção vai sumindo da face). De acordo com Paul Ekman, a emoção vai sumindo da face de forma gradativa. No vídeo em questão, ela some da face de Rodrigo Faro de uma forma muito abrupta (1:28)

Em 0:52, podemos notar que Rodrigo Faro força ainda mais o choro. Um segundo depois, em 0:53, a voz de Rodrigo Faro fica mais aguda. De fato, quando estamos diante de um pico de tristeza, a voz tende a fica mais aguda, porém quando há esse pico, todo o corpo reponde de forma congruente. Ou seja, junto com o aumento do "pitch vocal", seus movimentos deveriam ficar mais descoordenados, mais lágrimas tendem a cair, aumento de produção de mucosa nasal, etc
Essas mudanças não acontecem junto com o aumento do "pitch" de Faro. Essa incongruência denota um fortíssimo indício de falsidade.


SUMÁRIO: O apresentador Rodrigo Faro exibe emoção de desprezo, embora não possamos confirmar com plena certeza o que gerou essa emoção. Existe também um momento em que há nojo.
Rodrigo Faro demonstra falta de sincronia rítmica entre os gestos e a fala em alguns momentos; e apresenta tal sincronia em um momentos cruciais aonde essa falta de sincronia seria congruente.
O apresentador exibe uma emoção de tristeza com elementos que fazem com que ela seja falsa. Tais como: ausência de contrações faciais essenciais para essa emoção, desaparecimento abrupto da emoção na face e duração exagerada da emoção na face - e ápices também exagerados. Há também uma incongruência entre o aumento do "pitch vocal" de Rodrigo Faro e as outras respostas fisiológicas da tristezas.

sábado, 16 de novembro de 2019

Análise não-verbal: Luciano Huck negando suposto empréstimo de jatinho à Lula. Ele está sendo sincero?

Ao sair da prisão em Curitiba, o ex-Presidente Lula, viajou em direção a São Paulo em um jatinho da empresa Icon Táxi Aéreo cujo propriedade é do apresentador Luciano Huck.
Esse fato fez com que a internet acusasse o apresentador de ter emprestado o jatinho para o transporte do ex-Presidente.
O apresentador recentemente veio à público negando o empréstimo.
O que sua comunicação não-verbal nos diz?

Vamos à análise:

Em 0:06, o apresentador realiza uma expressão de desprezo, devido a contração do músculo do bucinador em seu lado esquerdo.
Essa emoção denota uma superioridade moral ou intelectual.

A partir de 0:07, Luciano Huck diz: "Eu não dei carona no avião ara o Lula. Eu não emprestei avião nenhum para o Lula, tá?"
Nesse momento ele faz movimentos, de afirmação, amplos com a cabeça.
A doutrina de Comunicação Não-Verbal afirma que quando negamos verbalmente e sinalizamos com a cabeça de forma afirmativa, estamos diante de gestos incongruente, logo, há um forte indício de desonestidade, porém, essa incongruência acontece como um vazamento não-verbal, logo se dá de forma inconsciente e, portanto, menos ampla.
No vídeo, o apresentador realiza o gesto de forma consciente. Nesse caso, sua intenção é de confirmar o que está negando. O especialista de linguagem corporal Jack Brown, chama esse movimento de "Alpha Head Nod Affirmation". Como o nome já diz, é um movimento alfa e indica finalidade no assunto ("Esse assunto tá encerrado").
Esse movimento de cabeça, conjugado com a fluidez verbal de Luciano Huck e congruência em seu discurso, mostram que existe veracidade em sua afirmação.

A partir de 0:13, Luciano Huck diz: "Eu uso o meu avião para trabalhar. Eu viajo dois, três estados por semana, toda a semana para rodar esse Brasil inteiro. Aviação é muito cara; e para tornar essa operação mais eficiente, eu tenho um sócio que é a Icon Táxi Aéreo..."
Ao falar que ele usa o avião para rodar o Brasil inteiro, ele abaixa mais a cabeça, olhando para baixo. Esse direcionamento do olhar combinado com a cabeça baixa é um potencial sinal de vergonha ou culpa (foto acima).
Ao começar o próximo período dizendo "A aviação é muito cara" podemos ver que ele eleva o volume de sua voz. Aqui podemos afirmar que ele está tentando retomar de forma racional o que está dizendo.
Essa racionalidade pode ter sido interrompida pelo sinal de vergonha ou culpa no final do período verbal anterior.

Ainda referente ao trecho anterior, no momento em que pronuncia o adjetivo "eficiente", podemos ver um gesto exagerado de vocalização.
Cada palavra que verbalizamos recruta um conjunto de ações musculares que, em conjunto, são responsáveis pela movimentação que faz com que possamos dizer tal palavra; acontece que, às vezes, os agentes movimentam de forma exagerada esses músculos responsáveis por verbalizar determinada palavra. À essa movimentação exagerada, o especialista Jack Brown chama de "movimento exagerado de verbalização". Segundo ele, quando o agente realiza tal movimento, sua intenção é se mostrar alfa, dominante, em relação ao que está falando.

Ao falar que tem um sócio (0:24 - 0:25), que é a Icon Táxi Aéreo, ele se movimenta mais com o seu corpo, quebrando a linha de base corporal mantida durante todo o vídeo.
Essa alteração pode indicar nervosismo, tensão e ansiedade ao citar esse sócio.
Nesse momento, podemos ver também um aumento no volume vocal, confirmando esse estado de ansiedade.

A partir de 0:29, o presentador diz: "E quando eu não tô voando, o avião fica à disposição deles para fretamento, em bom português, é para alugar o avião para ajudar a pagar as contas todas..."
Nesse momento vemos congruência entre o verbal e o não-verbal. Há também fluidez no discurso.
Há honestidade.

A partir de 0:46, Luciano Huck diz: "Qualquer especulação política em cima disso é maluquice..."
Nesse momento, podemos notar que seu corpo novamente se movimenta, quebrando sua linha de base mantida nos primeiros momentos do vídeo.
Aqui vemos, mais uma vez, um aumento repentino de tensão, nervosismo e ansiedade.

A partir de 0:53, o apresentador diz: "O fato não passou de uma simples questão comercial, vamos dizer assim, tá?"
Ao verbalizar a palavra "simples", vemos uma expressão de desprezo, devido a forte contração no bucinador em seu lado esquerdo (foto acima).
Outro ponto interessante ocorre quando Luciano Huck usa a expressão: "vamos dizer assim". De acordo com estudos de Análise de Declaração, aqui existe um pedido implícito para que os interlocutores interpretem a afirmação dele do jeito que ele deseja. Essa expressão mostra que ele tem interesse em se fazer entender dessa forma, não necessariamente é a forma correta. Um sinônimo dessa expressão, é quando dizemos: "vamos deixar desse jeito"
Aqui, Luciano mostra que ele tem interesse em fazer com que os interlocutores entendam que foi uma simples questão comercial; mas ele não pode afirmar que realmente foi.


SUMÁRIO: O apresentador Luciano Huck demonstra forte indício de veracidade ao dizer que não deu carona e nem emprestou o jatinho para Lula, porém existe um aumento repentino de ansiedade, tensão e nervosismo ao citar a empresa Icon Táxi Aéreo e à questão comercial envolvendo esta e o ex-Presidente Lula.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Análise não-verbal: O Governador Wilson Witzel e o suposto vazamento de informações. Witzel X Bolsonaro. Caso Marielle Franco.

Recentemente, o Governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e o Presidente Jair Bolsonaro se desentenderam.
Aconteceu que, o Presidente afirmou, em vídeo, que o Governador vazou informações sigilosas sobre o caso Marielle Franco, envolvendo seu nome.
Segundo o Presidente, Wilson Witzel teria divulgado informações, à mídia, de que o porteiro do prédio em que morava Jair Bolsonaro teria liberado a entrada de Élcio de Queiroz, um dos principais suspeitos do assassinato de Marielle Franco. Ainda segundo o Presidente, durante um evento, o Governador teria passado essa informação sigilosa para ele.
O Presidente afirma perseguição por parte do Governador. E o Governador alega mentira por parte do Presidente.
Vamos analisar a comunicação não-verbal do Governador Wilson Witzel. Será que ele realmente vazou informações sigilosas, ou não?

"Este presente artigo não tem como objetivo manter ou defender uma posição política. A análise é feita, exclusivamente, com base em ciências comportamentais e tem a única finalidade de instruir."

Vamos á análise:

Em 0:07, o Governador começa dizendo: "Jamais vazei qualquer tipo de informação... seja como magistrado, seja como Governador"
De acordo com estudos de Análise de Declaração, a palavra "jamais" não indica negação. Segundo Mark McClish, "jamais" se refere a um discurso aberto, vago em relação ao tempo. Denota, portanto, inespecificidade temporal.
Tendo em vista que, o contexto denota um evento específico (declaração específica de vazamento), podemos dizer que o agente teve a intenção de espalhar a resposta em relação ao tempo, procurando fugir do evento específico.

A partir de 0:11, podemos notar um aumento das piscadas de Wilson Witzel. Esse aumento está ligado à ansiedade e nervosismo.

A partir de 0:13, o Governador diz: "Eu...(sss)... lamento que o Presidente... tenha, no momento, talvez, de descontrole emocional. No momento em que, ele está em uma viagem; não está... talvez no seu estado normal, tenha feito acusações contra a minha atividade como Governador..."
No começo desse trecho vemos um distúrbio da fala chamado de "Inferência de Som Incoerente" - acontece quando o agente vocaliza um som sem sentido no meio do discurso. Esse distúrbio é representado pelo "sss". Quando acontece, significa que o agente pode estar querendo tempo para pensar no que dizer, ou omitindo informação. Além desse, vemos outro distúrbio da fala, que é a pausa desnecessária em alguns momentos do trecho.
Esses dois distúrbios da fala, combinados, fortalecem o indício de que o a gente não sabe o que dizer e todo esse discurso é completamente racional.
Ao dizer "no momento", vemos uma elevação unilateral da sobrancelha direita (foto acima). Essa assimetria é chamada de "Skeptical Eyebrow", e indica dúvida, ceticismo.
Esse sinal não-verbal confirma que ele tem dúvidas de que o Presidente citou o Governador em um momento de descontrole emocional.
Vemos aqui, também, uma incongruência verbal e não-verbal: O Governador está fugindo completamente do padrão verbal e não-verbal, para esse contexto. O raciocínio que devemos ter é o seguinte: no caso concreto, Witzel foi acusado pelo Bolsonaro de divulgar informações sigilosas - o que constitui crime. Seu padrão comportamental deveria ser de emoções como raiva, que tem como gatilho a injustiça (De acordo com Paul Ekman, quando nos sentimos injustiçados, como padrão comportamental, exprimimos a emoção de raiva); o que não é apresentado. Além disso, em seu discurso, o Governador deveria usar palavras mais fortes para exprimir a, suposta, injustiça; ao invés disso, ele apenas diz que o Presidente, talvez, estivesse em um momento de descontrole emocional.
Podemos concluir com base em todos esses sinais que existem desonestidades nesse trecho.

A partir de 0:37, o Governador diz: "Não manipulo o Ministério Público, não manipulo a Polícia Civil..."
De acordo com estudos de Análise de Declaração. Um discurso valioso deve ter em sua estrutura, o pronome e o complemento. No contexto, para haver um discurso mais crível, Witzel deveria ter falado "EU não manipulo o Ministério Público, EU não manipulo a Polícia Civil". Segundo McClish, a ausência do pronome, pode indicar fuga, no sentido de, incapacidade de se associar (ou dissociar) a determinado fato.
Além da ausência de pronome, notamos um erro no uso do tempo verbal. No contexto, o Governador está falando de um fato que aconteceu no passado (acusação de manipulação feita em algum momento do passado), nesse caso, Witzel deveria ter usado o verbo conjugado no Pretérito Perfeito ("EU não MANIPULEI").
Esse erro no tempo verbal, nesse contexto, não significa desonestidade. Aqui, de fato, ele está sendo sincero e honesto - no presente, ele não manipula, mas não significa que no passado ele não manipulou. Esse uso indevido do tempo verbal indica fuga.
Em relação a comunicação não-verbal, podemos notar um aumento repentino no número de piscadas. Indicio de ansiedade e estresse.
Em resumo: Wilson Witzel, no tempo presente, não manipula nem o Ministério Público e nem a Polícia Civil, mas não significa que no passado, relacionado ao contexto, ele não tenha precisado realizar essa manipulação e esteja disposto a realizar novamente.

A partir de 0:48, o Governador afirma: "No meu governo, a Polícia Civil tem independência, o Ministério Público tem, e sempre terá, independência"
Ao dizer que o "Ministério Público sempre terá" independência, ele eleva assimetricamente a sobrancelha direita. Novamente vemos um indicativo de dúvida em relação ao que está falando.
Ele não pode afirmar se essa independência sempre acontecerá.

A partir de 1:01, o Governador Wilson Witzel diz: "Sequer tive acesso a documentos que constam dessa investigação"
Ao dizer "acesso" nos vemos um movimento exagerado de verbalização. Reparem na abertura da boca e no esforço para dizer essa palavra.
De acordo com o especialista Jack Brown, movimento exagerado de verbalização indica um estado de dominância. O agente que realiza o movimento acredita que ele é o dominante do ambiente.
O movimento exagerado de verbalização, por ser um movimento não-natural (ou seja, os seres humanos não o realizam de forma orgânica) e por transmitir esse estado alfa, pode indicar uma tentativa de convencimento e/ou o agente sabe que não conseguirão provar nada ao contrário do que ele espera.

A partir de 1:05, o Governador diz: "... e se esse documento vazou, como foi apresentado ontem em uma emissora de televisão, que a Polícia Federal investigue..."
Aqui, o Governador verbaliza uma frase usando uma forma condicional ao referindo a algo que é um fato.
É sabido que o vazamento às informações é um fato - realmente o vazamento aconteceu. Witzel inicia esse trecho dizendo "se esse documento vazou".
De acordo com estudos de Statement Analysis (Análise de Declaração), essa incongruência argumentativa pode indicar uma fuga a despeito do que aconteceu. Trazendo pro contexto, Witzel deseja negar, para si mesmo, que o vazamento realmente aconteceu, e pra isso ele usa o "e se..." para tentar suavizar que esse fato tenha acontecido - tendo em vista que a forma condicional exprime uma dúvida, incerteza; e não, um fato.

Em 1:22, acontece um movimento involuntário e assimétrico na sobrancelha direita do Governador. Reparem que nesse momento, a sobrancelha direita de Witzel se eleva, enquanto a sobrancelha esquerda permanece no mesmo nível.
A doutrina de Comunicação Não-Verbal diz que esse movimento é chamado de "Skeptical Eyebrow" e exprime dúvida e incredulidade em relação ao que está verbalizando.

Em 1:33, Witzel diz: "Desafio quem quer que seja a provar que eu vazei qualquer tipo de documento"
Nesse trecho, o Governador adota uma linguagem dissociativa, indicando fuga.
Aqui ele diz que desafia a provarem que ele vazou qualquer tipo de DOCUMENTO. A polêmica que recai sobre ele é em relação ao vazamento de INFORMAÇÃO e não de DOCUMENTO.
Segundo Mark McClish quando usamos uma palavra diferente daquele conduzida pelo contexto, estamos fugindo de nos referirmos à real questão.

De acordo com a sequência da matéria jornalística, a partir de 1:48 o Governador deveria responder sobre o fato dele ter conversado com o Presidente Jair Bolsonaro, em um evento sobre essas informações sigilosas.
Vemos nos trechos seguintes que o Governador usou um recurso paralinguístico chamado de "Deflexão", que consiste em responder uma pergunta simples de forma prolixa e muitas vezes completamente diferente do que foi perguntado. Aqui, pergunta-se A e responde-se B.
A intenção da "Deflexão" é enrolar os interlocutores afim de evitar responder aquela pergunta; quer seja por não saber o que dizer, quer seja por não querer responder, evitando ser expressamente desonesto.

A partir de 2:04, Witzel diz: "Eu não vazei nenhum tipo de informação..."
Aqui apresenta-se um trecho ao qual devemos prestar muita atenção.
Ao verbalizar a palavra "nenhum" notamos uma sutil elevação em seu ombro esquerdo (o vídeo acima representando, em loop e câmera lenta esse movimento com os ombro esquerdo). De acordo com Joe Navarro, esse movimento unilateral de um dos ombros é chamado de "Shoulder Shrug" e pode indicar falta de comprometimento emocional do agente, ou insegurança. Em ambos os casos o indício de desonestidade sobre o que está falando é muito alto. Existe um conflito entre a verdade, que está pronta no cérebro e a mentira que está sendo verbalizada; essa dissonância acaba por resultar nesse movimento unilateral.

A partir de 2:07 o Governador diz: "Eu... não tenho nenhuma responsabilidade sobre o que está acontecendo na imprensa..."
Nesse trecho podemos perceber um aumento no número de piscadas do Governador Wilson Witzel. Esse aumento repentino é um sinal de ansiedade e nervosismo.
Além disso, podemos ver uma pausa maior entre as verbalizações de "Eu" e "não tenho...". Essa pausa desnecessária indica que o cérebro precisa ganhar tempo para pensar o que vai falar em seguida. Esse elemento paralinguístico tira completamente a naturalidade e fluidez do discurso.

Durante todo o vídeo existem algumas expressões de medo, formadas principalmente pela contração do músculo do risorius, promovendo o estiramento horizontal dos lábios
A foto acima representa apenas um exemplo dessa expressão. No caso dela, podemos ver também uma sutil elevação das pálpebras superiores.


SUMÁRIO: O Governador Wilson Witzel apresenta sinais de ansiedade e nervosismo ao tratar do tema. Além disso, podemos notar expressões de medo em alguns momentos do vídeo.
Sua linguagem verbal denota intenções de fuga, a respeito do fato; e algumas incongruências em relação ao padrão do que se espera
No momento mais crucial, quando ele diz que não vazou nenhum tipo de informação, notamos uma sutil incongruência, podendo indicar desonestidade. Porém não podemos confirmar se esse vazamento se deu de forma direta ou indireta

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Análise não-verbal: O sorriso do Coringa. Foto

Recentemente estreou um dos filmes mais esperados do ano. "O Coringa".
Essa nova versão, de um dos personagens mais icônicos dos Quadrinhos, traz no papel principal o ator Joaquim Phoenix.
O filme conta como Arthur Fleck se transformou no vilão polêmico.
Vários atores já interpretaram o personagem, e cada interpretação trazia o personagem com uma visão diferente, mas quase todos eles tinham uma coisa em comum. Essa similaridade se refere à comunicação não-verbal.
O que será que eles tem em comum?

Acertou quem disse "o sorriso". Quase todos os Coringas (exceto o Coringa representado pelo Jared Leto) que foram retratados tem a mesma configuração facial.

Se observarmos a foto do vilão, podemos notar que o sorriso pintado na face do personagem, é assimétrico em seu lado direito (esquerdo, na visão do observador).
Esse sorriso assimétrico é a prototipagem da emoção de desprezo. Essa emoção está ligada diretamente a superioridade moral do agente.

No desprezo (foto acima) ocorre a contração do músculo do bucinador. A ação desse músculo, em uma face provoca a retração dos lábios e o estreitamento das comissuras. Como, na foto, é uma maquiagem, torna-se inviável essa retração e estreitamento, sendo representado apenas pela elevação unilateral. Junto com essa ação muscular, vemos também a ação do zigomático maior, responsável pelo estiramento a partir do ângulo da boca para trás e para cima. Essa última ação muscular é vista sozinha, no lado esquerdo da face do personagem.

A doutrina de Comunicação Não-Verbal afirma que esse sorriso assimétrico de desprezo, quando emitido frequentemente pelo agente se torna um final fortissimo de psicopatia.

SUMÁRIO: O personagem Coringa, emite, através de sua maquiagem a emoção de desprezo. Tendo em vista que o personagem usa essa maquiagem muito frequentemente, podemos dizer que representa o transtorno de personalidade conhecido como psicopatia.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Análise não-verbal: MC Gui pede desculpas. Sinceras?

Recentemente, o funkeiro MC Gui se envolveu em uma polêmica, enquanto estava em viagem pela Disney.
Enquanto estava em um ônibus pelos parques da Disney, o cantor MC Gui e seus amigos filmaram uma menina que parecia usar peruca. No vídeos, o funkeiro ria da menina, ao que tudo indica, pela sua aparência física.
Esse vídeo viralizou e logo, os fãs e a imprensa o criticaram por essa atitude.
Após toda essa exposição, o cantor veio a público se justificar e se desculpar pelo ocorrido. Será que sua linguagem corporal é congruente com um pedido de desculpas? Quais informações sua comunicação não-verbal nos traz?

Vamos à análise:

Logo nos primeiros segundos do vídeo, MC Gui realiza um gesto pacificador de coçar a cabeça.
De acordo com a doutrina de Comunicação Não-Verbal, gestos pacificadores ocorrem como uma tentativa, do agente, de se acalmar diante de um momento de intenso nervosismo, ansiedade, estresse ou medo.
Quando o agente está experimentando esses estados de tensão, a ação de coçar a cabeça funciona como um tranquilizador.
Esses gestos são uma variação do que acontece quando somos recém-nascidos ou estamos em uma idade muito primária. Nessa fase da vida, quando nos sentimos nervosos, com medo, nossos pais fazem carinhos na gente com o intuito de acalmar. A intenção continua, mas ao invés de nossos pais, nós mesmos realizamos os toques.
MC Gui está nervoso ao gravar esse vídeos, e/ou de falar sobre esse assunto.

Em 0:09, ao dizer "De uma forma injusta" ao se referir a polêmica, notamos que o funkeiro, no exato momento da verbalização de "injusta" ele abaixa os olhos olhando para baixo e direita.
Essa combinação de movimentos oculares indica vergonha e falta de confiança ao tratar do assunto.
Ele sabe que não houve tanta injustiça como ele está tentando transmitir.

A partir de  0:16, MC Gui diz: "Infelizmente eu não tive como me pronunciar, com respostas, não só para os internautas, como até para amigos, pessoas que eu conheço, pessoas que conhecem a minha índole"
Esse trecho nos mostra informações muito importantes.
Não-verbalmente, existe uma grande tensão nos dois ombros, que perdura durante o trecho. Essa tensão denota um intenso nervosismo. Os americanos chamam de "Turtle Effect" fazendo alusão às tartarugas que quando se sentem acuadas entram nos seus cascos como uma forma de auto-defesa.
No começo desse trecho, podemos notar também uma microexpressão de medo em sua face, devido ao aumento sutil nas pálpebras superiores e o estiramento horizontal, também sutil, dos cantos dos lábios.
Ao dizer, "pessoas que conhecem a minha índole", o cantor faz uso de  dois padrões de linguagem muito usados na PNL: "Omissão Simples" e "Pressuposição". A "Omissão Simples", como o próprio nome já diz, mostra uma omissão de informações na frase; nesse caso ele omite informações sobre a índole dele - no caso, o fato dele achar que ela é boa. E trazendo para o universo da comunicação não-verbal, ele usa a "Pressuposição" como uma "bengala" para criar credibilidade no que está falando. Ele pressupõe, que sua índole é boa porque existem pessoas que conhecem ela.
Sob o ponto de vista da Análise de Declaração, o funkeiro faz um discurso vazio de conteúdo.

Em 0:29 - 0:30, enquanto MC Gui fala da divulgação dessa polêmica pelos portais de notícias, notamos um sinal de nervosismo. Ele engole à seco.
Engolida à seco é um indicativo confiável de que o agente está experimentando um forte momento de nervosismo, ansiedade e tensão. Isso acontece porque durante esses momentos, existe um ressecamento da garganta, tornando difícil a ação de engolir.
Ainda nesse trecho, é interessante observar que o cantor não consegue verbalizar o motivo da polêmica.
Nesse contexto, essa engolida à seco pode representar uma incapacidade dele de conseguir expressar o que aconteceu naquele dia, o que ele fez.

Em 1:06 ao explicar que encontrou a família (da menina) no trem, o cantor, novamente, engole à seco.
Pela segunda vez, ao tratar diretamente desse assunto e/ou falar da vítima ele reage com o mesmo sinal de nervosismo e tensão.
Devemos nos perguntar: será que se não tivesse acontecido nada, haveria motivo dele ficar nervoso ao falar sobre isso?

Em 1:29 - 1:30, MC Gui diz: "Eu achei aquilo incrível" ao se referir ao fato da menina e de sua família estarem fantasiados de personagens de um desenho animado.
Durante esse momento ele realiza um conjunto gestual incongruente.
Primeiro ele nega com a cabeça e logo em seguida ele inclina o corpo para o seu lado esquerdo e olha para o lado direito. 
Negar com a cabeça enquanto afirma com palavras é um sinal claro de incongruência. O verbal confirma enquanto o não-verbal, nega. Lembrando que, sempre que houver discordância entre o verbal e o não-verbal, devemos sempre confiar mais no não-verbal, que representa mais de 50% de toda a nossa comunicação.
Olhar para o lado oposto do movimento corporal é um sinal de desalinhamento, confirmando a incongruência.

A partir de 1:31, ele diz: "Eu achei aquilo incrível, algo... que eu nunca tinha visto em qualquer outro lugar..."
Novamente mais uma engolida à seco entre "algo" e "que eu nunca...". Novamente há nervosismo ao tratar desse assunto.
Aqui, a engolida à seco também pode representar um sinal de omissão. Reparem que ele realiza essa ação quando possivelmente ele iria adjetivar aquilo que estava vendo. "Algo" o quê?

Em 1:35, MC Gui realiza um gesto de colocar a língua para fora, pressionando-a entre os lábios.
Esse gesto é chamado de "Tongue Jut". Em um primeiro momento esse gesto representa ansiedade, porém, de uma forma mais profunda, de acordo com Joe Navarro, esse gesto pode significar auto-incriminação. Como se o corpo dissesse: "Eu sou culpado", "Eu fui uma pessoa má", "Eu fis besteira".
Joe Navarro percebeu, ao longo de sua longa carreira como a gente do FBI que esse movimento era realizado por pessoas culpadas em determinados crimes, em momentos chaves de seus interrogatórios.
Esse é o momento em que o cantor assume, não-verbalmente, que fez

Em 2:11, o cantor diz: "Em momento algum eu pensei em fazer isso para atacar alguém, ou fazer bullying, principalmente com uma criança..."
Sob o aspecto da Análise de Declaração, nesse trecho existe um afastamento verbal. Ele não diz claramente o que fez, apenas diz "... pensei em fazer ISSO". O afastamento indica uma intenção de fuga do assunto e até uma omissão, por não diz o que realmente foi pensado.
No final desse trecho, vemos uma expressão de medo, principalmente pela ação do músculo risorius, que é responsável pelo estiramento horizontal dos lábios, juntamente com um afastamento de cabeça, confirmando assim o medo (foto acima).

A partir de 2:20, MC Guir diz: "Algo mais forte que eu sempre tive em minha carreira, foi o meu público teen, que... fez... tenho certeza, há 5, 7 anos atrás... ééé... se hoje eu tô aqui é muito que público teen que eu sempre tive"
Existe uma omissão verbal ao dizer "que... fez... tenho certeza". "Que fez" o quê?". Não-verbalmente, nesse momento ele tensiona os ombros e exibe uma expressão de nojo, devido a elevação do lábio superior.
Esse conjunto não-verbal, nesse contexto, indica desonestidade.

Logo depois existe pressão nos lábios ao verbalizar "tenho certeza". A doutrina de Comunicação Não-Verbal, afirma que pressão nos lábios é um indicador de tensão, nervosismo. Se essa pressão for realizada após uma afirmação descontraída, sem motivo para tensão, existe uma incongruência, havendo um fortíssimo indício de desonestidade. 
A desonestidade se refere a associação entre o seu sucesso e o seu público teen

Em 2:40, vemos novamente uma forte tensão em seus ombros. Mais uma vez há um "Turtle Effect" sinalizando que esse assunto polêmico em relação ao que ele, fez causa muita tensão e medo.

A partir de 2:44, MC Gui diz: "Não iria tá dando risadas de algo que eu acho engraçado e a pessoa não"
Aqui, claramente, o cantor assume que deu risadas porque achou engraçado

A partir de 3:03, o funkeiro diz: "Essa jamais foi a minha intenção. Eu nunca na minha vida quero ter essa intenção de poder prejudicar alguém, principalmente a minha pessoa"
Esse trecho está estruturalmente mal formulado. De acordo com estudos de Análise do Discurso, ele é vazio de conteúdo.
A palavra "jamais" não constitui uma negação. "Jamais" é uma palavra que indica tempo inespecífico, enquanto "não" se refere a um determinado período de tempo. Como o evento aconteceu em um tempo específico, MC Gui não poderia ter usado essa palavra
Ainda, ao verbalizar esse advérbio, ele realiza um gesto descoordenado. Significa dizer que sua gesticulação está em um ritmo diferente da fala. Ele está gesticulando de forma mais rápida do que a fala.
Descoordenação corporal indica ansiedade e nervosismo, podendo ser um forte indicador de desonestidade
Ao dizer que ele não quer prejudicar principalmente ele, ele se coloca acima de qualquer pessoa. A preocupação principal acaba sendo com sua própria imagem e não com os outros.
Isso mostra que esse vídeo pode ter sido gravado para limpar a sua própria imagem, e não um pedido de desculpas verdadeiro.

Em 3:26, MC Gui diz: "Eu quero muito, muito, tipo... pedir desculpas, se alguém realmente se sentiu constrangido pelo vídeo, mas essa jamais foi a minha intenção"
No começo do trecho, quando diz "eu quero muito..." ele olha para o lado e fecha os olhos. Esse conjunto de movimentos indica fuga, desalinhamento corporal, incapacidade de enfrentar de frente. Durante um depoimento verídico, o corpo se comporta de forma alinhada, natural e coordenada; qualquer desalinhamento constitui um indício de desonestidade.
Há também a repetição da palavra "muito". De acordo com estudos de Análise de Declaração, a repetição indica tentativa de convencer.

Ainda se referindo ao trecho acima, no momento em que levanta a hipótese de alguém ter se sentido constrangido, ele tensiona ambos os ombros. Novamente vemos o "Turtle Effect", indicando tensão e nervosismo.
Por último vemos o uso da palavra "mas". De acordo com a Análise de Declaração e outras práticas como a PNL, o uso do "mas" exclui todo o período anterior a ele. Significa dizer que tudo o que foi falado antes do "mas" ocorre apenas para convencer e não tem importância e credibilidade alguma.


SUMÁRIO: O funkeiro MC Gui demonstra sinais fortes de tensão e nervosismo ao tratar do tema. Há também dificuldade em tratar dele.
Existem elementos que demonstram que esse discurso todo foi armado apenas para "limpar" a imagem, o que constitui um forte indício do pedido de desculpas ter sido racional, e não emocional como deve ser.
MC Gui mostra sinais de auto-incriminação, tentativa de convencimento e fuga
Há incongruências tanto verbais quanto não-verbais, bem como inseguranças.

domingo, 13 de outubro de 2019

Análise não-verbal: Bettina Rudolph, o retorno. Pedido público de desculpas?

Bettina Rudolph está de volta. Após ficar famosa na internet dizendo que conseguiu transformar mais de R$1.000,00 em mais de R$1 milhão de reais, devido a investimento, a milionária está de volta pedindo desculpas ao público, pelo vídeo que a tornou famosa. Assista ao vídeo AQUI
Será que o seu pedido de desculpas é genuíno? Será que há sinais de culpa e/ou arrependimento? O que será que sua linguagem corporal pode nos dizer?

Vamos a análise:

O primeiro elemento não-verbal que podemos observar nesse vídeo se refere ao fundo do vídeo e a roupa usada
O fundo é preto. Essa cor, de acordo com o estudo da psicologia das cores, indica dominância, poder, elegância, seriedade
No primeiro vídeo, notamos que ela estava com um vestido vermelho com os ombros e braços a mostra; nesse ela está com uma roupa toda fechada e com a cor verde escura. A intenção é completamente diferente, já que a cor vermelha indica desejo, energia, paixão.
A cor verde escura da roupa indica uma intenção de resistência e estabilidade, combinando com a seriedade indicada pela cor preta.
A intenção não-verbal desse vídeo é mostrar que Bettina está mais madura, estável, elegante.

O vídeo já começa (0:05) com Bettina emitindo uma expressão de desprezo pela contração no bucinador em seu lado esquerdo da face. Vemos também uma pressão nos lábios que pode indicar que existe algum sinal de raiva.
Não podemos ter certeza sobre o fato gerador dessas emoções. Um dos motivos pode ser pelo desinteresse de estar gravando esse vídeo.

Entre 0:08 e 0:10, Bettina diz: "eu quero te pedir desculpas".
Nesse momento, Bettina realiza três sinais não-verbais, quase simultaneamente, que constituem desonestidade. Ela eleva a sobrancelha direita, emite uma expressão de desprezo e eleva o ombro esquerdo.
A elevação da sobrancelha e do ombro esquerdo constituem um sinal de assimetria. De acordo com Paul Ekman, a assimetria é um dos principais indicadores de desonestidade. Isso acontece porque o nosso corpo, se movimenta de forma simétrica (p.ex. ambos os ombros se elevam, ambas as sobrancelhas se elevam, etc.) quando a assimetria acontece, existe um desequilíbrio corporal e esse desequilíbrio indica que há um forte indício de desonestidade.
Além dessa afirmação, a elevação unilateral da sobrancelha, é chamada, na doutrina da comunicação não-verbal, de "Skeptical Eyebrow", e indica dúvida, ceticismo. A elevação unilateral dos ombros (é preciso ver o vídeo para observar a dinâmica do movimento) ocorre quando há um conflito entre a verdade e a mentira que está sendo contada. Esse conflito provoca essa unilateralidade. Há, portanto, uma dissonância cognitiva.
O desprezo é um sinal de incongruência. Essa emoção imprime um sentido de superioridade ("Eu sou superior a você"). De acordo com a doutrina, essa emoção de desprezo não deve estar presente em um contexto de pedido de desculpas.
Além desses três sinais, existe mais um elemento paralinguístico. Podemos notar que ao pronunciar a palavra "desculpa", existe uma queda no pitch vocal, deixando a voz mais baixa. Denotando insegurança no que está dizendo
A união desses três sinais e mais o sinal paralinguístico indicam desonestidade quando ao pedido de desculpas.

A partir de 0:12, Bettina diz: "A nossa relação começou de maneira errada..."
Aqui vemos a nossa protagonista emitir uma expressão de desprezo, devido a contração no bucinador em seu lado esquerdo.
Antes dela emitir essa expressão, podemos notar uma movimentação de rotação com a cabeça para a direita. De acordo com Desmond Morris, esse movimento, chamado de "Head Twist", é um indicativo de negação.
Há incongruência.

Em 0:15 ao afirmar que a relação dela com o público deu errada por sua culpa, ela realiza uma leve elevação com o ombro esquerdo, indicando novamente uma dissonância cognitiva entre verdade e mentira. Esse conflito denota um alto índice de desonestidade

Em 0:26, bem como em alguns outros momentos do vídeo, Bettina realiza um gesto com a palma das mãos para cima. De acordo com o especialista em linguagem corporal Joe Navarro, esse gesto é chamado de "Rogatory Position" e significa que o agente tem a intenção de transmitir suas ideias, seus pensamentos. Podendo indicar também um desejo de convencimento.

A partir de 0:30, acontece um momento extremamente interessante.
Ao dizer: "... ou despertou a ganância nas pessoas ou passou um recado distorcido..." ao se referir a mensagem transmitida por ela no vídeo polêmico, Bettina se utiliza de um recurso não-verbal chamado de "posições perceptuais" dos gestos. Esse conceito foi retirado da PNL (Programação Neuro-Linguística) e adaptado à Comunicação Não-Verbal.
Esse conceito diz que cada referência feita, espacialmente, devemos demonstrar visualmente cada referência com uma mão diferente. Cada mão deve representar um conceito, ideia, pensamento diferente.
No contexto em questão, duas referências foram feitas: "ganância nas pessoas" e "recado distorcido". Podemos notar no vídeo essa posições perceptuais quando, ao falar, "ganância das pessoas", ela demonstra a mão direita e ao verbalizar "passou um recado distorcido" ela demonstra a mão esquerda. Sua intenção é demonstrar que a "ganância das pessoas" e o "recado distorcido" são ideias, pensamento diferentes.
O que acontece de interessante é que ao falar "ganância das pessoas", seu movimento com a mão direita é realizado de forma fluída, natural e equilibrada, o que demonstra que ela acredita/sabe que realmente houve ganância das pessoas quanto ao vídeo a que ela se refere. Ao contrário, quando ela fala sobre ter havido um "recado distorcido", e ela gesticula com a mão esquerda, podemos notar que o movimento não é tão fluído e tão natural. Existe uma tensão maior ao falar, especificamente, de ter havido um recado distorcido pelas pessoas. Existe um indício fortíssimo desse item ser desonesto.
É necessário ver o vídeo para observar esses itens, mas pela foto acima, já podemos notar um desalinhamento corporal no seu lado esquerdo.
Em resumo: Ela acredita que a propaganda da Empiricus protagonizada com ela, realmente, despertou a ganância das pessoas, mas ela não acredita que as pessoas distorceram esse recado emitido.

Em 0:37, vemos novamente uma elevação assimétrica do ombro esquerdo de Bettina.
Dissonância cognitiva mais uma vez.

A partir de 0:39, Bettina diz: "Não era essa intenção, sinceramente", se referindo ao resultado que a campanha gerou no público, e a toda a polêmica.
Nesse momento vemos uma sutil elevação assimétrica no ombro esquerdo de Bettina. De acordo com a doutrina de comunicação não-verbal, esse movimento também pode significar incerteza do que está transmitindo. Joe Navarro diz que existe também uma intenção de não se comprometer com o que está dizendo. Há indício de desonestidade

A partir de 0:42, Bettina diz: "... não é essa a verdade"
Ao pronunciar a palavra "verdade" podemos notar uma leve queda no volume da voz. Essa mudança pode estar relacionada a vergonha, desejo de fuga, falta de vontade de estar gravando o vídeo, etc.
Outro elemento importante de ser falado é o uso da negação para afirmar alguma coisa. De acordo com estudos da neurociência, adotados em algumas práticas como hipnose, PNL (Programação Neuro-Linguística), o "não" tem efeito inconsciente inverso. Nosso cérebro não reconhece uma negativa. Se, por exemplo, pedir para não pensar em um elefante cor-de-rosa, automaticamente, pensamos para que depois possamos deixar de pensar nele.
A Análise do Discurso se utiliza dessa teoria. De acordo com esse estudo, um discurso afirmativo é mais crível. Ou seja, falar "é mentira" é mais aconselhável do que falar "não é verdade".

A partir de 0:45, Bettina diz: "Mesmo naquela versão curta, de anúncio, que acabou viralizando, precisava ter ficado mais claro que eu (inaudível) outros aportes ao longo do caminho"
Nos momentos em que ela fala "curta" e "precisava ter ficado..." podemos ver uma assimetria em seu olho esquerdo. Esse movimento é um tipo de piscada assimétrica e pode ter vários significados dependendo do contexto. Pode indicar desprezo inconsciente, pretensão, falsa descrença. Independente do significado, esse gesto, geralmente, tem elemento de falta de sinceridade por ser assimétrico.

Ao dizer que "precisava ter ficado mais claro..." (0:49) Bettina contrai o músculo do corrugado, responsável por abaixar as sobrancelhas e eleva a parte interna das sobrancelhas. Essas contrações em conjunto com a queda dos lábios e/ou elevação do queixo, são responsáveis por formar a prototipagem da emoção de tristeza. Aqui no vídeo não vemos a queda dos lábios e nem a elevação do queixo, havendo somente as duas ações musculares na face superior. Por tal motivo não se trata de uma emoção de tristeza. Quando essas duas ações aparecem sem a presença das outras ações responsáveis pela tristeza, estamos diante de conjunto de ações musculares que surgem na face com a intenção de convencer os interlocutores da intenção a que se deseja.

A partir de 0:54, quando Bettina diz: "Agora, eu vim aqui por uma segunda chance. Para te mostrar quem eu realmente sou..."
Ao dizer que veio por uma segunda chance, Bettina realiza um gesto chamado de "Pinçamento". Esse gesto ilustrador é considerado híbrido. Deseja transmitir assertividade, confiança e dominância na medida certa.

Logo após ao dizer: "Pra te mostrar quem eu realmente sou", ela modifica o gesto para as mãos espalmadas para cima, que é chamado de "Rogatory Position" (Joe Navarro). Esse gesto, como já visto antes, indica que o a gente está desejando que os interlocutores acreditem em sua ideia, no que está transmitindo. A doutrina indica que mãos espalmadas para cima, indica sinceridade.
Devemos analisar bem o contexto. Se a intenção do a gente é transmitir sua forma de pensar, suas ideias, esse gesto está congruente; agora, se o a gente tem a intenção de ser incisivo no discurso e firmar seu ponto de vista, sua forma de pensar, esse gesto está congruente.

A partir de 1:01, Bettina diz: "Mas tem uma pergunta bastante importante que você deveria estar se fazendo: O que teria acontecido se você tivesse apertado no botão 'saiba mais' daquele meu anúncio? Eu tô aqui para te mostrar isso"
Ao dizer que tem uma pergunta bastante importante, ela realiza um gesto ilustrador alfa chamado de "Hand Chop" (foto acima), simulando um corte vertical com a mão. Esse gesto indica uma dominância maior a respeito do que vai falar. É usado também para chamar atenção sobre determinado tema que será abordado em seguida.
Aqui vemos, também, algumas técnicas de linguagem, muito usada em PNL e hipnose, e também em marketing para influenciar.
Ao afirmar "... deve ter uma pergunta bastante importante que você deveria estar se fazendo..." ela usa um padrão de linguagem chamado de "leitura mental" (supõe determinado pensamento de uma pessoa, sem evidências), e gera no interlocutor uma curiosidade a respeito do que teria acontecido. Mesmo que os interlocutores nunca tenham se feito essa pergunta, a partir do momento que ela adota essa leitura mental, as pessoas começam a ficar curiosas a respeito.
Bettina termina o vídeo dizendo que está lá para mostrar isso. Terminar o vídeo sem realmente mostrar o que se propôs anteriormente reforça ainda mais a curiosidade.


SUMÁRIO: Bettina exibe emoções de desprezo, sendo completamente incongruentes em um contexto de pedir desculpas, já que as emoções de desprezo denotam superioridade.
Os movimentos e ações musculares assimétricas em momentos cruciais denotam um forte indício de desonestidade em relação ao que está sendo falado no vídeo.
Há usos de linguagem para persuadir e influenciar, tornando o discurso mais racional (gerando curiosidade nos interlocutores), do que emocional, o que também é incongruente com a intenção de pedir desculpas, que deve ser mais emocional. O vídeo tem um viés mais de marketing do que outra intenção.
A roupa de Bettina e o fundo preto pretendem passar a intenção de que ela é uma menina mais madura, mais segura.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Análise não-verbal: Padre Marcelo Rossi falando sobre empurrão sofrido. Emoções sentidas

Recentemente, enquanto celebrava uma missa em São Paulo, o Padre Marcelo Rossi sofreu um ataque inesperado de uma mulher que o empurrou do palco. Logo após esse fato, o Padre veio à público por meio da imprensa dizendo que estava tudo bem.
O que será que sua linguagem corporal tem a nos mostrar?

Vamos à análise:

Logo no começo do vídeo, antes de começar a falar, notamos no padre a expressão de raiva e nojo.
Podemos identificar a raiva pelo afinamento dos lábios. O nojo pode ser notado pela acentuação da prega naso-labial.
De acordo com observações, a presença dessas duas expressões emocionais indicam que o comportamento que gerou essa composição de emoções é visto pelo agente como algo inaceitável moralmente, geralmente ligado a uma ação violenta.

Em 0:04, ainda antes de começara responder, ele realiza um gesto manipulador de toque no nariz. Esse gesto indica que o padre está passando por um momento de ansiedade e/ou emoções negativas. De uma forma mais específica, esse gesto indica que a psiquê do Padre precisa ser regulada para cima, ou seja, ela precisa se tornar mais assertiva, suprimindo suprimindo a emoção negativa, e isso é feito no momento em que ele realiza o gesto manipulador no nariz.

Em 0:05, quando falam "gravando", podemos notar um sorriso falso na face do Padre Marcelo Rossi. Isso porque vemos apenas a contração no músculo do zigomático menor (responsável pela elevação dos cantos do lábios), sem a contração dos orbiculares dos olhos (responsável pelos "pés de galinha"). Esse sorriso falso tende a ser emitido para esconder uma emoção negativa.

Em 0:08 - 0:09, O Padre diz: "Maria passou na frente e pisou na cabeça da serpente."
Essa frase acontece antes dele dizer que está ótimo. De acordo com estudos de Análise de Declaração, o uso de metáforas, principalmente antecedendo a informação principal, pode ser um indício de manipulação, isso porque, ao ouvir uma metáfora o subconsciente, se conforta previamente e existe um preparo para receber a informação posterior, quando a metáfora é utilizada baseadas nas mesmas crenças e valores dos ouvintes dela, ela cria um "Rapport" (conexão) instantâneo com esses ouvintes, e isso faz com que a mensagem posterior, que no caso é a mais importante, chegue para esses ouvintes de uma forma mais leve, imprimindo mais conforto e tranquilidade para receber a noticia. Em outras, palavras o uso de metáforas, nesse caso faz com que os interlocutores possam se tranquilizar antes de uma notícia mais séria.

Em 0:12, o Padre diz: "Estou ótimo"
Milésimos de segundos antes dele verbalizar essas palavras, podemos notar uma negação de cabeça. Isso indica uma possível incongruência entre o corpo e o que será falado a seguir, que no caso é uma afirmativa.
Nesse momento, junto com essa incongruência, vemos que o padre realiza um gesto ilustrador de mostrar a palma de sua mão. De acordo com estudos de comunicação não-verbal, mostrar a palma da mão é um indicativo de honestidade, sinceridade, porém, os gestos de mãos, podemos ser facilmente manipulados - feitos de forma consciente. Isso acontece, segundo Allan Pease, porque a distância entre o cérebro e as mãos é pequena, e essa distância curta, permite que tenhamos mais controle consciente dos gestos realizados com as mãos. Isso explica o fato dos gestos serem treinados mais facilmente para passarem a mensagem não-verbal desejável.

Logo depois, no final desse trecho (0:13), podemos ver que o Padre emite uma expressão de desprezo, devido a cação do músculo do bucinador no lado esquerdo. Nesse contexto, podemos dizer que esse desprezo está ligado ao chamado "Duping Delight" que é o sorriso do manipulador. Ele se dá de forma unilateral e acontece quando o a gente percebe que a mentira que está contado tende a ser acreditada pelo interlocutores.
Em resumo, nesse momento, Padre Marcelo Rossi não está sendo honesto quanto a o seu estado, mas acredita que conseguirá convencer do contrário.

Em 0:14, o Padre Marcelo Rossi diz: "Amém"
Nesse momento o Padre toca o plexo solar com a palma da mão. Esse gesto é emocional e tem um grande coeficiente de sinceridade. 
Contextualizando: os indivíduos, principalmente líderes religiosos, têm uma forte ligação emocional com essa palavra, que significa "certamente", "verdadeiramente", aprovação incondicional. Para ilustrar, de forma não-verbal, essa palavra, é congruente que o gesto seja exatamente esse, havendo congruência entre o que setá sendo dito e sinalizado.

A partir de 0:19, o Padre diz: "Fiquem tranquilos... tudo bem..."
Ao pedir pros interlocutores ficarem tranquilos, ele realiza um gesto alfa, chamado de "Falsa Reza", nesse contexto, indica um pedido aos interlocutores, demonstrando congruência, pois esse gesto é realizado quando ele pede para que se tranquilizem.

Antes de dizer que está "tudo bem", podemos ver um movimento amplo de cabeça para a direita seguida de uma negação com a cabeça enquanto verbaliza o "tudo bem". Aqui vemos uma incongruência entre o verbal e o não-verbal. Ele afirma com as palavras, mas nega com a cabeça.

Em 0:22, o Padre Marcelo Rossi diz: "Só umas dorzinhas..."
Nesse momento, ele realiza uma expressão facial interessante.
A princípio, sua configuração facial é de nojo, mas devido a sua intensidade alta e o contexto, essa expressão é chamada de "Rationalization-Rapport-Empathy-Expression" (R2E2). Esse conceito foi trazido pelo especialista em linguagem corporal Jack Brown. Segundo ele, a expressão "R2E2" tem a mesma configuração do nojo, mas ela sinaliza uma intenção de regular a interação de forma empática e conseguir se conectar com os interlocutores. Quando essa expressão aparece, o interlocutor está tentando convencer os interlocutores, e até a si mesmo, do que está falando.
Padre Marcelo Rossi, demonstra que as dores não são somente "dorzinhas", apesar dele estar tentando convencer os interlocutores disso, e em um nível consciente, até a si mesmo.

Em 0:26, novamente o Padre emite a expressão de desprezo, devido a contração do bucinador em seu lado esquerdo.
Essa expressão, nesse contexto, indica que ele acredita que foi bem sucedido nessa pequena satisfação desonesta, dada para imprensa, do que aconteceu com ele. Nesse caso, pode ser visto como um "Duping Delight"
Com as mãos ele realiza um gesto de dar as mãos para si mesmo. Esse gesto é considerado híbrido (nem dominante e nem submisso)


SUMÁRIO: O Padre Marcelo Rossi demonstra emoções de raiva e nojo pelo acontecido. Apresenta fortes indícios de desonestidade ao dizer que está tudo bem e sente só "umas dorzinhas".
O Padre deseja que os interlocutores se tranquilizem e não fiquem preocupados com ele.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Análise não-verbal: Neymar e sua postura. Foto com mulheres. Submissão?

Recentemente, o jogador Neymar foi até a emissora SBT fazer algumas gravações e, logicamente, pela sua fama, tirou fotos com alguns funcionários da emissora que solicitaram esse registro ao jogador.
Uma das fotos virou polêmica na internet. Nela podemos ver Neymar rodeado de mulheres. Os comentários acerca desse registro foram de que o jogador parecia um tanto desconfortável.
Será que sua linguagem corporal nos passa essa informação? Se sim, quais os sinais que podem nos levar a essa conclusão?

Vamos a análise:

Primeiramente é importante dizer que devemos ter muito cuidado ao analisarmos fotos. Nesse tipo de registro, não vemos reações inconscientes; as posturas, gestos, podem ser manipulados, transmitindo assim uma intenção consciente.
No caso do jogador, é importante dizer que, pelos sinais não-verbais e pelo contexto, há uma forte probabilidade de que os sinais não-verbais transmitidos sejam inconscientes - e não posados, expressando o real estado emocional do jogador.


Na fotos podemos notar um conjunto gestual de três sinais que nos indicam que Neymar está realmente desconfortável com aquela situação.

Sorriso falso: Na foto podemos observar que Neymar exprime um sorriso unilateral. De acordo com Paul Ekman, sorrisos unilaterais são considerados falsos
Sorrisos verdadeiros indicam um estado genuíno de felicidade, alegria; já sorrisos falsos indicam que o indivíduo não está experimentando uma emoção positiva naquela situação. Ele sorri como uma tentativa de transmitir uma positividade que na realidade não sente.









Tensão nos ombros: Podemos notar um forte tensionamento nos ombros. Indica que há um desconforto presente e que seu estado emocional é de total desligamento. Geralmente o agente que realiza essa postura não está gostando da relação.



Geralmente esse gesto acontece quando existe uma "invasão territorial". De acordo com o antropólogo americano Edward Hall, somos envoltos em uma "bolha invisível" e só deixamos aqueles que temos um certo grau de afinidade, se aproximar dessa bolha invisível e até transpassá-la. Em resumo, quanto mais afinidade nos temos com determinados indivíduos, mais próximos permitimos que eles fiquem de nós. Em contra-partida, quanto menos afinidade nós temos, mais distante desejamos que eles fiquem.
Quando, apesar da pouca afinidade, pessoas estranhas a nós, invadem esse nosso espaço pessoal, nosso corpo reage demonstrando desconforto, pois não houve uma permissão real para essa proximidade.

Gesto de castração: Reparem que o jogador está com suas mãos na frente do seu órgão genital. Esse gesto é chamado de "Gesto de Castração". Ele é considerado um gesto beta (submisso) e indica que o jogador está extremamente desconfortável e, inconscientemente está se protegendo e buscando conforto. Denota pouca assertividade e fraqueza emocional.






SUMÁRIO: Neymar demonstra conjunto gestual de desconforto.