sábado, 4 de abril de 2020

Análise não-verbal: O ex-BBB, Felipe Prior, está sendo acusado de estupro. Houve estupro?

Recentemente, um dos participantes mais polêmicos e famosos do Big Brother Brasil teve seu nome envolvido em uma grande polêmica.
Após sair da casa mais vigiada do Brasil, uma notícia está sendo amplamente divulgada nas mídias. O ex-participante Felipe Prior está sendo acusado por estupro e tentativa de estupro. Das três vítimas, duas são correspondentes ao estupro consumado e uma à tentativa.
Segundo documentos, os crimes aconteceram em anos diferentes, porém todos foram durante as comemorações dos jogos universitários da faculdade de arquitetura da USP.
Após esse assunto vir à tona na mídia, o arquiteto Felipe Prior decidiu se pronunciar acerca do acontecido.
O que será que sua Linguagem Corporal nos diz? Há provável culpa ou inocência?

Vamos á análise:

Nos primeiros segundos do vídeo, enquanto ele diz seu nome, vemos elevação nas sobrancelhas provocando rugas horizontais na testa, contração no corrugador; juntamente com as pálpebras superiores mais abaixadas que o normal e um fechamento unilateral do olho direito.
De acordo com estudos de Jack Brown, através de observações, essas ações faciais indicam arrogância, pretensão.
Essa configuração facial é vista em outros momentos desse vídeo. E também foi observado durante o reality

Em 0:10, Prior fala: "Eu tô muito chateado, mesmo. Muito chateado" 
Nesse momento, ele realiza um "gesto manipulador", puxando a pele da região da mandíbula.
Esse gesto é realizado em momentos em que o agente experimentando mais tensão e nervosismo. Nesse caso há uma tentativa de se acalmar diante desses momentos.
Durante sua participação no BBB, ele também realizou bastante esse mesmo gesto, e todas às vezes foi em momento de tensão.
Além disse, devemos nos atentar também para seu discurso. De acordo com Mark McClish, uma das emoções naturais em um contexto de injustiça é a raiva. Essa emoção é transferida para o seu discurso. O adjetivo "chateado" não é congruente com esse contexto de injustiça. A palavra é muito "leve" para um contexto tão "pesado".

A partir de 0:16, Prior diz: "Nunca cometi nenhuma violência sexual contra ninguém"
Nesse trecho observamos os seguintes gestos.
Ao falar "violência sexual", Prior eleva os dois ombros, e ao final desse trecho, existe uma elevação assimétrica do ombro esquerdo.
De acordo com estudos de Comunicação Não-Verbal, a assimetria é um dos componentes que PODEM indicar uma possível desonestidade.
Salvo algumas exceções, quando estamos verbalizando um discurso, nosso corpo se comporta de forma simétrica, pois existe um equilíbrio entre o que está sendo falado e o que está sendo demonstrado não-verbalmente - nossos dois hemisférios cerebrais estão em harmonia.
De acordo com Joe Navarro, a elevação unilateral de um dos ombros, é um forte indício de insegurança no que está falando.
A elevação bilateral dos ombros é um "Gesto Emblemático" e indica desconhecimento, dúvida.
Juntando a elevação bilateral e, ao final, a elevação unilateral, uma das interpretações possíveis para esse contexto é que, Prior tem dúvidas se cometeu os crimes, e não tem segurança suficiente para dizer que é completamente inocente.
(No trecho do vídeo acima, em câmera lenta, podemos ver esses movimentos dos ombros acontecendo - A primeira elevação é bilateral e a segunda é apenas com o ombro esquerdo).


Nesse mesmo trecho, vemos a expressão de desprezo pela ação do músculo do corrugador em seu lado direito

A partir de 0:21, Prior diz: "Sou inocente. Sou INOCENTE"
Aqui podemos notar alguns detalhes interessantes:
O primeiro é a ausência do pronome "Eu". De acordo com Mark McClish, essa ausência denota distanciamento verbal. Ainda segundo o autor, em um contexto em que existe o desejo de comprovar a sua inocência, o afastamento verbal não é congruente. Pois o agente injustiçado faz questão de dizer que ELE é inocente.
Ainda de acordo com Statement Analysis, a repetição de palavra é uma tentativa de confirmação. Uma das formas da nossa mente absorver um conteúdo (ou fazer uma mudança) é através da repetição. Quanto mais se repete, mais é fixado.
Existe uma teoria da comunicação não-verbal que diz que a verdade se sustenta por si só, não precisa de repetição
Adotando essa teoria, a repetição, pode ser vista como uma forma de manipulação, para que, apesar de qualquer dúvida, se consiga convencer.
Ao final desse trecho ele faz uma afirmação com a cabeça. De acordo com Jack Brown, esse gesto com essa amplitude, sendo feito ao final de uma afirmação indica finalidade.

Ainda referente ao trecho anterior, apesar das assimetrias faciais, de certa forma, naturais é possível ver uma expressão de medo, devido a elevação da parte interna e externa das sobrancelhas, contração no corrugador e elevação sutil nas pálpebras superiores.

A partir de 0:26, diz: "O que me deixa mais chateado..."
Nesse momento ele fecha os olhos e os mantém fechados por mais tempo que o normal de uma piscada.
Esse gesto é chamado de "Eye Shielding" e indica desejo de não visualização. Acontece quando queremos evitar algum estímulo que nos incomoda, ou que gera algum outro estímulo negativo.
Aqui há congruência.

Em 0:31, Prior fecha os olhos, segura a parte superior do nariz - na região entre os olhos.
De acordo com a doutrina não-verbal, esse conjunto gestual indica processamento emocional. Significa dizer que racionalmente ele sabe o que está acontecendo, mas o lado emocional ainda precisa de tempo para entender.
Geralmente esse gesto acontece quando o a gente está experimentando vergonha.

Em 0:53, ao final do vídeo, ele exibe a expressão de desprezo, devido a contração do lado esquerdo do canto da boca.


SUMÁRIO: Felipe Prior, tem uma linguagem corporal de pretensão e até arrogância
Ao falar do suposto crime, ele demonstra desconhecimento e insegurança. Significa dizer que ele NÃO SABE que suas atitudes podem constituir crime. Apesar desse comportamento ser comum para ele, o mesmo considera que suas atitudes PODEM configurar crime para as vítimas e para a sociedade. Também ao falar do ocorrido, apresenta a emoção de medo.
Existem sinais de vergonha e tensão com o ocorrido.
Verbalmente, Prior nominaliza sua emoção como "chateação". Essa nominalização é considerada incongruente com um contexto de injustiça, por ser um adjetivo que suaviza a emoção congruente com o contexto.
Ao final do vídeo, podemos ver a emoção de desprezo.

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